ISAVIÇOSA

Degradação Ambiental, causas e consequências na microbacia do córrego Palmital

O ISAVIÇOSA está desenvolvendo o projeto “Semeando Diversidade Plantando Água”, na região da APA São Bartolomeu, em Viçosa, na Zona da Mata mineira.

O projeto foi elaborado a partir do Acordo de Cooperação firmado com a ONG internacional The Nature Conservancy (TNC Brasil @tncbrasil) na campanha Restaura Brasil.

Tem como meta inicial implementar e monitorar a restauração florestal de 26 hectares de área em propriedades rurais na microbacia do córrego Palmital, na região da APA São Bartolomeu, e no Parque Natural Municipal do Cristo Redentor, em Viçosa, Minas Gerais.

Para trazer mais informações sobre a Restauração Ecológica, tema principal trabalhado neste projeto, vamos realizar uma série de postagens.

Para começar, vamos mostrar para vocês algumas situações de degradação ambiental identificadas no território de atuação, as causas e as consequências, e que tornaram as ações de restauração ecológica tão necessárias.

E quais as principais causas e consequências da degradação ambiental?

A degradação é resultado da forma como os seres humanos vieram se relacionando com a natureza no decorrer da história: descarte incorreto de lixo e efluentes, monoculturas, uso de agrotóxicos, remoção da vegetação nativa, queimadas e mineração são algumas das causas da degradação, que é a perda de qualidade dos bens naturais como a água, a terra e o ar.

De modo mais global, sentimos como consequências as alterações do clima e os eventos climáticos extremos: ondas de calor e frio intensos, chuvas muito fortes com ventanias e granizo, veranicos e secas prolongadas, que trazem diversos transtornos. As mudanças climáticas dificultam a produção de alimentos no campo, o que aumenta os preços e contribui com a insegurança alimentar da população. Nas cidades, podem gerar inundações, deslizamentos de terra ou a escassez de água para consumo, colocando pessoas em risco.  

A população mais afetada pelas mudanças climáticas é a que já se encontra em vulnerabilidade socioeconômica. Isso reforça o que chamamos de racismo ambiental, ou seja, as consequências das mudanças climáticas são sentidas com maior intensidade pelas camadas sociais que já enfrentam uma série de desafios para acessar direitos básicos como moradia, alimentação, educação e saúde. O racismo ambiental contribui para o alargamento dos abismos sociais.

Localmente, nas áreas de atuação do projeto Semeando Diversidade Plantando Água, temos a perda da qualidade de nossas paisagens com a retirada das florestas, restando apenas pequenos fragmentos florestais isolados e com baixa diversidade de espécies.

As grandes áreas de pastagens degradadas, predominantes nesta região, resultam num cenário de solos compactados e expostos, erosões, pouca infiltração de água da chuva na terra, ausência de matas ciliares, voçorocas nas margens das estradas rurais, grande escoamento superficial, assoreamento de nascentes e cursos d’água.

A redução da infiltração de água na terra diminui a recarga de lençol freático, diminuindo a quantidade e qualidade das águas de nascentes. E ainda há a falta de saneamento e tratamento de esgoto, o que acentua a poluição das águas e do solo.

A degradação ambiental afeta a qualidade de vida das pessoas, causa a perda de biodiversidade, intensifica as mudanças climáticas e leva à escassez dos bens da natureza.

Por tudo isso, as ações de restauração ecológica tornaram-se tão necessárias. 

Texto: Davi Senna, Bráulio Furtado, Júlia Christo

Arte: Ana Cibelle Prado

Fotos: Equipe projeto Semeando Diversidade Plantando Água, Sana Fotografia

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