Restauração ecológica é a aplicação de ações técnicas continuadas para facilitar o processo de recuperação de paisagens das microbacias hidrográficas, onde elas se encontram degradadas.
As ações de restauração ecológica visam diminuir, ou até mesmo eliminar, os processos de degradação ambiental para reestabelecer os fluxos de vida na natureza. Contribuem para melhorar o ar, a água, a terra e a qualidade de vida das pessoas. Trazem de volta as florestas e a biodiversidade, recriando paisagens favoráveis à geração de abundância e ao florescimento da vida no planeta.
Para reverter os processos de degradação ambiental, adotamos ações de recuperação para o reestabelecimento da vegetação, de modo a ajudar o desenvolvimento de uma diversidade de plantas que, de forma integrada, auxiliam na restauração.
Essas plantas são de diversos tipos como as herbáceas (rasteiras), arbustivas (plantas baixas), arbóreas, e também cipós, e epífitas (plantas que vivem sobre outras usando-as como suporte), como as bromélias e orquídeas.
A restauração do solo e da vegetação propicia condições favoráveis à recomposição de todo o ecossistema. Contribui para o equilíbrio dos mecanismos ecológicos naturais, como as relações ecológicas (interações entre os seres vivos), as ciclagens de nutrientes (contínua transferência de substâncias entre o solo e as plantas e vice-versa), o ciclo hidrológico (processo de transformação da água na natureza), os processos de fotossíntese com a captura de gás carbônico (CO2) e a disponibilização de oxigênio (O2), dentre outros.
Desse modo, a natureza nos devolve benefícios dos quais todas as pessoas podem usufruir. A terra quando está sadia fornece mais nutrientes para as plantas. Estas plantas vigorosas alimentam os animais e os seres humanos, que também fazem parte desse ciclo natural de vida.
A restauração no projeto Semeando Diversidade Plantando Água
Em 2020, a Organização das Nações Unidas (ONU) declarou o início da Década da Restauração de Ecossistemas, por ser uma ação extremamente relevante e urgente. O Brasil se comprometeu a recuperar 12 milhões de hectares de terras degradadas até 2030. É necessário reunir apoio político, pesquisa científica e força financeira para ampliar massivamente a restauração de ecossistemas degradados.
O projeto Semeando Diversidade Plantando Água está implementando a restauração ecológica em diversas propriedades rurais na sub-bacia do córrego Palmital, afluente do Ribeirão São Bartolomeu, em Viçosa MG. Instituições e agricultores estão trabalhando juntos para revitalizar paisagens, regenerar ecossistemas e fortalecer comunidades.
Através de um conjunto de técnicas para recuperação das microbacias hidrográficas, o projeto está apoiando a adequação ambiental de propriedades e a implantação de paisagens sustentáveis. A restauração ecológica aplicada com os princípios da agroecologia está criando oportunidades para fortalecimento das estratégias de conservação da biodiversidade e uso sustentável dos recursos naturais.
Esse processo de restauração é muito importante porque favorece diversos serviços ecossistêmicos que são importantes para as comunidades rurais locais, mas que também acabam afetando de forma mais ampla todo o município.
No caso da bacia do São Bartolomeu, por exemplo, grande parte do município de Viçosa, incluindo todo o campus da UFV, depende da qualidade dessa água.